sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Atores dialogam com o público sobre a montagem do espetáculo Gueto Bufo




Durante toda a semana foram apresentadas no período noturno diversas peças teatrais no Teatro Municipal de Itajaí, onde grupos de vários estados que juntamente com os atores das mostras locais movimentaram o III Festival Brasileiro Toni Cunha. No dia posterior a peça apresentada, os atores participaram de um debate para discutir com a plateia a respeito da apresentação. Na tarde desta sexta – feira (06), o bate – papo foi realizado na Casa da Cultura Dide Brandão para falar sobre o espetáculo “Gueto Bufo”, apresentada pelo grupo Cia do Giro, de Porto Alegre (RS).

Com cerca de 1 hora de apresentação, o grupo trouxe a história de duas bufonas, Vênus e Filó, que foram expulsas de um espaço público e se refugiaram em um gueto. Ali, iniciam um jogo de encenações para passar o tempo. Elas jogam de forma cômica as situações que vivem diariamente, parodiando seus opressores e ilustrando assim a delimitação de território feita pela sociedade.

A diretora Daniela Carmona interagiu na roda de conversa para explicar sobre as técnicas nos bufões, que significa trabalhar com humor, mas com um toque de ironia. Autora do livro “Teatro – Atuando, dirigindo, ensinando” da Editora Artes e Ofícios, Daniela conta que o espetáculo já está em circulação há 15 anos. Embora o grupo trabalhe com outras habilidades teatrais, ela relata que essa técnica que mais utilizam.

O espetáculo faz crítica a religião e a sociedade, que segundo a atriz, faz parte do processo técnico da paródia inserida no bufão. "È impossível trabalhar com o bufão sem fazer paródias, trabalhar com essa habilidade traz a compreensão de estar no palco, de se libertar emocionalmente”, ressalta.

Durante o debate o diretor Adriano Boségio comenta que o grupo costuma sair atrás dos personagens nas ruas que tem haver com o contexto da peça. Para eles, a maior dificuldade de apoio foi a utilização de maquiagens. As técnicas mais utilizadas antes da apresentação são o treinamento da voz, alongamento e meditação.

Os atores tem o acompanhamento de profissionais da área de antropologia, psicologia e filosofia, que tem o objetivo de orientar os artistas na questão do comportamento e a comunicação com o público. Além disso, o grupo que veio pela primeira vez em Itajaí elogiou a receptividade da cidade durante a apresentação. “Eu fiquei encantada com a cidade, muito linda e organizada e com a plateia muito calorosa. Fiquei muito feliz em estar aqui, a reação das pessoas no espetáculo de ontem foi muito gratificante”, comenta Daniela Carmona.

E o III Festival Brasileiro Toni Cunha continua. Nesta sexta – feira (06), às 20h, no Teatro Municipal, tem apresentação do espetáculo Odisseia, do Estúdio da Cena de São Paulo. Um dos principais poemas épicos da Grécia Antiga, Odisseia, escrito há quase três mil anos pelo pensador Homero, ganhou uma versão contemporânea que promete envolver o público. A peça conta a história do retorno de Odisseu à Ítaca, sua terra natal, após a Guerra de Tróia. Ao voltar pra casa, depois de trinta anos longe, o protagonista não reconhece mais aquele lugar, no caso uma metrópole. Os ingressos custam R$20 inteira e R$ 10 meia - entrada, para estudantes, idosos ou quem levar um litro de leite.

As fotos do III Festival Brasileiro de Teatro Toni Cunha estão no: http://www.flickr.com/photos/secomitajai

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